Thursday, January 27, 2011
Conto (não conto)
“Aqui, um território vazio, espaços, um pouco mais que nada. Ou muito, não se sabe. Mas não há ninguém, é certo. Uma cobra, talvez, insinuando-se pelas pedras e pela pouca vegetação. Mas o que é uma cobra quando não há nenhum homem por perto? Ela pode apenas cravar seus dentes numa folha, de onde escorre, um líquido leitoso. Do alto desta folha, um inseto alça vôo, solta zumbidos, talvez de medo da cobra. Mas o que são os zumbidos se não há ninguém para escutá-los? São nada. Ou tudo. Talvez não possa separá-los do silêncio ao seu redor. E o que é tambem o silêncio se não existem ouvidos?" (Sérgio Sant’Anna, Conto (não conto), 518)
O primeiro parágrafo desse conto, em minha opinião, é muito filosófico. Esse parágrafo (e na verdade o conto inteiro) faz a gente pensar muito. Faz a gente pensar de nossa importância no universo, e se o mundo seria diferente se nós não existíssemos. O autor apresenta a pergunta: “o que é uma cobra quando não há nenhum homem por perto?" E ele continua, “Ela pode apenas cravar seus dentes numa folha, de onde escorre um líquido leitoso." Essa pergunta relembrou-me dessa pergunta clássica, 'Su uma árvore cai no deserto mas ninguém estava lá para escutá-la, a árvore ainda fez um barulho ou não?’ Voltando à pergunta original, será que o propósito de uma cobra é diminuído sem um homem por perto? Não é bem explicado a resposta dessa pergunta, o autor deixa o leitor criar sua própria resposta. É por cause disso que eu escolhi esse parágrafo para discutir. Eu considero esse tipo de escrito, quer dizer aquele tipo que da a oportunidade para você pintar o quadro na sua mente, um escrito que vale a pena ler. Eu pintei esse quadro ao ler esse conto, e criei uma resposta minha para a pergunta feita, mas não é meu propósito compartilhá-la contigo hoje. Deixarei que você crie seu próprio quadro em sua mente.
O primeiro parágrafo desse conto, em minha opinião, é muito filosófico. Esse parágrafo (e na verdade o conto inteiro) faz a gente pensar muito. Faz a gente pensar de nossa importância no universo, e se o mundo seria diferente se nós não existíssemos. O autor apresenta a pergunta: “o que é uma cobra quando não há nenhum homem por perto?" E ele continua, “Ela pode apenas cravar seus dentes numa folha, de onde escorre um líquido leitoso." Essa pergunta relembrou-me dessa pergunta clássica, 'Su uma árvore cai no deserto mas ninguém estava lá para escutá-la, a árvore ainda fez um barulho ou não?’ Voltando à pergunta original, será que o propósito de uma cobra é diminuído sem um homem por perto? Não é bem explicado a resposta dessa pergunta, o autor deixa o leitor criar sua própria resposta. É por cause disso que eu escolhi esse parágrafo para discutir. Eu considero esse tipo de escrito, quer dizer aquele tipo que da a oportunidade para você pintar o quadro na sua mente, um escrito que vale a pena ler. Eu pintei esse quadro ao ler esse conto, e criei uma resposta minha para a pergunta feita, mas não é meu propósito compartilhá-la contigo hoje. Deixarei que você crie seu próprio quadro em sua mente.
Thursday, January 20, 2011
O Enfermeiro
"Quando percebi que o doente expirava, recuei aterrado e dei um grito; mas ninguém me ouviu. Voltei à cama, agitei-o para chamá–lo à vida, era tarde; arrebentara o aneurisma, e o coronel morreu. Passei à sala contígua, e durante duas horas não ousei voltar ao quarto. Não posso mesmo dizer tudo o que passei, durante esse tempo. Era um atordoamento, um delírio vago e estúpido. Parecia-me que as paredes tinham vultos; escutava umas vozes surdas. Os gritos da vítima, antes da luta e durante a luta, continuavam a repercutir dentro de mim, e o ar, para onde quer que me voltasse, aparecia recortado de convulsões. Não creia que esteja fazendo imagens nem estilo; digo-lhe que eu ouvia distintamente umas vozes que me bradavam: assassino! assassino!" (Machado de Assis, O Enfermeiro, 3)
Até hoje na minha vida, eu nunca li um parágrafo que mostra mais medo que esse. É claro para o leitor ver que um medo intenso entrou na coração do Procópio quando ele ficou sabendo que ele tinha matado o velho. Todos nós já tivemos uma experiência comparável a essa. Talvez você esteja se perguntando agora o seguinte, “Bom, eu nunca matei ninguém, com certeza nunca tive uma experiência assim." Más, deixe-me explicar meu ponto de vista. Todos nós cometemos erros, não é? Ninguém nesse mundo é perfeito, isso é um fato. Então, lembra aquele medo que teve quando você era criança e pegou o biscoito que sua mãe mandou que não pegasse? Ou talvez quando a polícia te multou no ato de andar de carro mais rápido do que a lei permitiu? Esse medo de saber que fez algo errado e temer as consequências de sua ação é algo que todos os seres humanos têm que enfrentar, geralmente todos os dias. É por isso que eu escolhi esse parágrafo para discutir essa semana. Nós sentimos pesar pelo Procópio, e até queríamos ajudá-lo em sua situação, más obviamente não podemos.
Até hoje na minha vida, eu nunca li um parágrafo que mostra mais medo que esse. É claro para o leitor ver que um medo intenso entrou na coração do Procópio quando ele ficou sabendo que ele tinha matado o velho. Todos nós já tivemos uma experiência comparável a essa. Talvez você esteja se perguntando agora o seguinte, “Bom, eu nunca matei ninguém, com certeza nunca tive uma experiência assim." Más, deixe-me explicar meu ponto de vista. Todos nós cometemos erros, não é? Ninguém nesse mundo é perfeito, isso é um fato. Então, lembra aquele medo que teve quando você era criança e pegou o biscoito que sua mãe mandou que não pegasse? Ou talvez quando a polícia te multou no ato de andar de carro mais rápido do que a lei permitiu? Esse medo de saber que fez algo errado e temer as consequências de sua ação é algo que todos os seres humanos têm que enfrentar, geralmente todos os dias. É por isso que eu escolhi esse parágrafo para discutir essa semana. Nós sentimos pesar pelo Procópio, e até queríamos ajudá-lo em sua situação, más obviamente não podemos.
Wednesday, January 12, 2011
O Ex-Mágico da Taberna Minhota
"Uma frase que escutara por acaso, na rua, trouxe-me nova esperança de romper em definitivo com a vida. Ouvira de um homem triste que ser funcionário público era suicidar-se aos poucos.
Não me encontrava em condições de determinar qual a forma de suicídio melhor me convinha: se lenta ou rápida. Por isso empreguei-me numa Secretaria de Estado." (Murilo Rubião, O Ex-Mágico da Taberna Minhota, 56)
Não me encontrava em condições de determinar qual a forma de suicídio melhor me convinha: se lenta ou rápida. Por isso empreguei-me numa Secretaria de Estado." (Murilo Rubião, O Ex-Mágico da Taberna Minhota, 56)
Esse parágrafo mostra uma vida que chegou a ser triste. É difícil para muito de nós imaginarmos como seria viver uma vida procurando um meio para nos suicidarmos. Más como foi que esse homem chegou ao esse ponto de procurar qualquer meio que tirasse a própria vida dele? Esse homem disse que não se encontrava numa circunstância de decidir como seria a morte dele, só que precisava achá-la. Talvez mais triste que isso seja o meio de como ele achou a opção de suicidar-se. Ele ouviu um homem dizer que “ser funcionário público era suicidar-se aos poucos.“É óbvio para nós que esse cara não estava falando literalmente, ele não achou que literalmente morreria ao trabalhar como funcionário público. Más talvez ele sentiu assim. Essa frase simples e pequena mostrou que muitas vezes nosso trabalho parece ser uma forma de morrer. Queríamos, de vez em quando (ou talvez para alguns todos os dias) morrer em vez de ir para o trabalho. Para mim, isso não é certo. Precisamos ser felizes nas coisas que fazemos todos os dias Esse homem não sabia que a atitude negativa dele teria um efeito na vida de uma outra pessoa, más mudou a vida do ex-mágico profundamente. Ao ouvir essa frase, ele empregou-se como funcionário público com a esperança que tiraria sua vida. Uma outra lição que podemos aprender é que nossas atitudes, sejam elas boas ou maus, têm um efeito nas vidas das pessoas ao nosso redor. A procura de felicidade e satisfação na vida deve ser uma prioridade, ou podemos chegar ao ponto do funcionário público, ou pior ainda, do ex-mágico.
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